No Estado de São Paulo, 27 cidades estão nessa situação, entre elas Bragança Paulista, Araras, Taubaté e Mococa. No Rio de Janeiro, Niterói e Teresópolis estão na lista dos 10 municípios que podem ter eleições suplementares.
Segundo Gilmar Mendes, a redução do tempo de campanha eleitoral imposta pela reforma eleitoral que passou a vigorar no pleito deste ano, causou essa situação. "Esse tempo reduzido, que também se aplicou ao registro, acabou por ocasionar essa situação", afirmou Gilmar Mendes. As campanhas eleitorais deixaram de durar 90 dias e passaram a ter 45 dias nas eleições deste ano. No total, o TSE recebeu 1.993 ações com questionamentos de candidaturas - entre vereadores e prefeitos, nas eleições de 2016.
Os 147 prefeitos que tiveram o registro de candidatura barrado pela Justiça eleitoral ainda terão recursos analisados pelo TSE, última instância para decidir se o candidato é apto ou não a assumir o posto. Se a corte confirmar o indeferimento das candidaturas, as cidades terão de realizar eleições suplementares. "Agora a lei não permite mais que o segundo lugar assuma em se tratando de anulação da eleição", afirmou Gilmar. Para o ministro, a novidade pode desestimular, no futuro, a judicialização das campanhas eleitorais. A intenção do presidente do TSE é que a corte faça um esforço para analisas os casos pendentes até dezembro.
Em conversas com o Congresso Nacional, o ministro do TSE tem falado sobre uma ampliação do prazo para "pré-registro" de candidaturas eleitorais, no sentido de evitar a realização das próximas eleições sem que a Justiça tenha dado resposta a todos os recursos. No dia 24 de novembro, a corte vai realizar um encontro entre integrantes da Justiça Eleitoral e membros do Congresso para fazer um balanço sobre as eleições de 2016 e debater possíveis alterações na legislação eleitoral. "Temos que calçar as sandálias da humildade que esse afazer é típico do Congresso Nacional", disse Mendes, ao comentar o resultado das eleições.
Reforma. O ministro disse ter "convicção" sobre a necessidade de se fazer uma reforma eleitoral e mencionou o número de partidos políticos no Brasil como algo em excesso. Ele se disse contrário a uma alteração que fizesse com que o voto fosse facultativo no País. Citando o exemplo do Chile, sugeriu que a mudança poderia gerar alto índice de abstenção e causar uma "deslegitimação" dos resultados eleitorais.
Entre as mudanças previstas na legislação que passaram a valer na disputa municipal deste ano esteve a proibição do financiamento empresarial de campanhas políticas. Com a alteração, o total de doações eleitorais caiu de R$ 6 bilhões em 2012 para R$ 2,8 bilhões nas eleições deste ano. "Ninguém pode negar que a campanha eleitoral se tornou mais barata. Houve significativa redução da presença do dinheiro na campanha, esse é um dado positivo. Se isso é replicável para 2018, isso é algo que se responde depois", afirmou Gilmar.
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