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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Discreta na frente das câmeras, Marisa Letícia era a única capaz de mandar em Lula

Marisa e Lula
 Marisa e Lula
Descendente de italianos e descrita pelos mais próximos como dona de pulso firme e de sangue quente, Marisa nasceu em uma casa de pau-a-pique em bairro que leva o sobrenome da família dela, Casa, em São Bernardo Campo. Filha de uma famosa benzedeira da região, e de um agricultor, ela manteve o gosto pela vida no campo mesmo na época em que já era primeira-dama, a ponto de organizar em uma das residências oficiais da presidência, a Granja do Torto, a primeira festa junina que já aconteceu por lá, e que se tornou uma tradição em Brasília nos oito anos de Lula no poder.

O primeiro trabalho veio cedo, aos nove anos, quando ela se tornou babá das sobrinhas do pintor Cândido Portinari. Mais tarde, aos 13, conseguiu um emprego como embaladora de bombons na fábrica de chocolates Dulcora, de onde só saiu aos 19, para se casar com o taxista Marcos Cláudio. Com apenas seis meses de união, e grávida de seu primeiro filho, Marisa perdeu o marido, assassinado a tiros.

O primeiro encontro com Lula data de 1973, quando ela o conheceu em uma visita ao Sindicato dos Metalúrgicos. Logo eles começaram a namorar, e cerca de um ano depois se casaram. Amigos do casal são unânimes ao afirmar que desde o início foi Marisa quem assumiu a responsabilidade por cuidar das contas da casa, e ela teve papel fundamental em um dos momentos mais difíceis de Lula, quando ele foi preso. Depois de arrumar a mala dele e de vê-lo sendo levado por policiais, Marisa foi bater na porta de pessoas que poderiam ajudar o marido e até organizou uma marcha de mulheres contra prisões políticas.

Bastante discreta, ela se manteve longe dos holofotes nos anos em que foi primeira-dama. Seus pronunciamentos oficiais no cargo não passaram de quatro, que não chegaram a somar um minuto. Atrás das cortinas, no entanto, era ela quem confortava e aconselhava Lula, que a chamava carinhosamente de “minha loira”, e a única pessoa de quem o mais influente político da história recente do país aceitava receber ordens. (Glamurama)

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