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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

MBL e Vem Pra Rua convocam manifestações a favor da Lava Jato

GALERIA - O CAMINHO DO IMPEACHMENT - Segunda manifestação contra Dilma, em 12 de abril de 2015, reúne 543 mil de manifestantes em 25 capitais, segundo a PM. Em São Paulo, o Datafolha contabiliza 110 mil. Há atos em 111 cidades 
Os grupos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua, dois dos principais organizadores das manifestações que pediram o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, anunciaram nesta ontem (13) a convocação de novas manifestações para o dia 26 de março.

Nas redes sociais, o MBL listou as pautas do protesto, o primeiro chamado pelo movimento em 2017: "bom andamento" da Lava Jato, fim do foro privilegiado, fim do estatuto do desarmamento e pelas reformas trabalhista e da Previdência.

Segundo o coordenador do MBL e colunista da Folha Kim Kataguiri, a defesa da operação é o mote do ato. "Talvez a diminuída da temperatura das ruas tenha passado a impressão para o Congresso de que o povo não está mais atento ao andamento da Lava Jato", diz.

Segundo ele, a ideia de convocar manifestação veio a partir de declarações como a do senador Edison Lobão (PMDB-MA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que disse ao "Estado de S.Paulo" ser constitucional a anistia ao caixa dois.

A manifestação está sendo convocada em parcerias com outros grupos, como o Nas Ruas e Movimento Liberal Acorda Brasil. Outro movimento da linha de frente dos protestos anti-Dilma, o Vem Pra Rua marcou ato independente, também para o dia 26 de março. "Apesar de várias coisas boas que o governo está fazendo, estão buscando impunidade para políticos, e isso o povo não pode tolerar", afirma o coordenador do grupo, Rogério Chequer. Segundo os organizadores, nas próximas semanas devem ser divulgados horários em outras cidades.

FORO PRIVILEGIADO
Ambos os movimentos criticam a nomeação de Moreira Franco, citado em delação premiada na Lava Jato, para a Secretaria Geral da Presidência, cargo com prerrogativa de foro privilegiado.

"Fomos totalmente contra, não há justificativa razoável para essa nomeação", afirma Kim. Ele rejeita, porém, a comparação com a nomeação por Dilma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Casa Civil em março de 2016, que provocou protesto espontâneo na Paulista. "A situação é diferente, ele estava sendo investigado", diz. Chequer endossa o coro, mas diz que a nomeação polêmica não é mote para sua manifestação: "queremos deixar bem claro que este não é um ato 'fora, Temer'. Somos a favor das reformas, mas elas não podem ser carta branca para a impunidade".

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