Área desmatada. Entorno da BR-163 está entre os locais mais sensíveis
Criadas com o objetivo de proteger a floresta, as Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia estão sob ataque intenso, falhando em seu principal papel. Levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) obtido com exclusividade por este jornal revela que, desde 2012, as taxas de desmatamento em UCs vêm aumentando, assim como sua participação no desmatamento total do bioma. Os valores referentes a 2015 já superaram os de 2008 - ano que marcou o início do declínio da taxa total de desmatamento na Amazônia, que atingiu o seu menor valor em 2012. A participação da perda da floresta dentro de UCs em relação ao desmatamento total da Amazônia Legal dobrou no período, pulando de 6% em 2008 para 12% em 2015.
Os pesquisadores listaram as 50 UCs mais desmatadas de 2012 a 2015. Juntas, elas perderam 229,9 mil hectares de floresta - 97% da área desmatada em todas as unidades de conservação da Amazônia no período. As 10 primeiras respondem por 79% do total. Essa concentração, segundo eles, se dá porque todas elas estão na área de expansão da fronteira agropecuária e sob influência de projetos de infraestrutura, como rodovias, hidrovias, portos e hidrelétricas. Mas também porque tem ocorrido uma redução de recursos e de pessoal de fiscalização, principalmente por parte do governo federal, além de movimentos para reduzir o grau de proteção ou a área de algumas unidades.
Entre os locais mais sensíveis está o entorno da BR-163 (Cuiabá-Santarém), que esteve em destaque nas últimas semanas com caminhões de soja atolados nos trechos sem asfalto. Se por um lado o agronegócio se queixa da falta de asfalto, foi em parte por causa do asfaltamento que o desmatamento explodiu em seu entorno.
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