Por Eliane Cantanhêde - Estadão
Sentindo-se abandonado pela mídia, o presidente Michel Temer recorre cada dia mais a um instrumento político que já é importante agora e será importantíssimo em 2018: as redes sociais. Mas o campeão no uso do Facebook e do Twitter é justamente o seu maior e mais implacável adversário no Congresso, o PT.
Durante todo o primeiro semestre legislativo, de 2 de fevereiro a 17 de julho, quando começou o recesso, a empresa de comunicação FSB acompanhou 24 horas por dia o uso das redes por 559 deputados e senadores, que publicaram 85.203 posts no período. Os resultados foram com quatro cortes: Câmara, Senado, Congresso e partidos mais influentes nas redes. Dos 594 congressistas, 35 nem se dão ao trabalho de se comunicar virtualmente com seus eleitores.
O resultado da pesquisa é muito interessante: o PT ficou em primeiro lugar no ranking dos partidos, com nota 80, enquanto o PSDB só conseguiu o 15.º lugar, com nota 8,1. Preguiça ou ignorância do poder da internet?
Há um efeito político importante agora, quando Temer tem 5% popularidade, e outro maior ainda em 2018, nas primeiras eleições gerais sem financiamento privado. Com as fontes secando e dinheiro curto, a internet terá enorme peso nas campanhas. Quem é bom nisso larga com vantagem.
Mesmo o PMDB, que é o partido de Temer e tem obrigação de defender o governo, levou um banho do PT. Ficou em 10.º lugar (nota 13,4), atrás de outros partidos de oposição, como PSOL (4.º), PC do B (5.º) e Rede (6.º). A esquerda é, sem dúvida, bem mais atuante nas redes do que o centro e a direita.
Como contraponto à esquerda, particularmente ao PT, quem teve destaque foram o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro e seu filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro. Ambos são do PSC, a caminho do PEN. O pai ficou em primeiro lugar na lista da Câmara. O filho, em terceiro. Entre os dois, em segundo, ficou o petista Paulo Pimenta. Dos 20 deputados mais craques nas redes, 14 são de esquerda, nove deles do PT.
No Senado, os três líderes no uso das redes foram, pela ordem, Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Humberto Costa, todos do PT. No Congresso, novamente Lindbergh em primeiro, mas Gleisi em terceiro. E quem ficou em segundo? Ele, Jair Bolsonaro.
Como ele não chega a ser assíduo na TV e nos rádios, jornais e revistas, a explicação para o segundo lugar nas pesquisas presidenciais e para o clima de festa nas suas chegadas em aeroportos de Norte a Sul deve estar aí: Bolsonaro é muito ativo nas redes sociais. E, assim, vai crescendo, devagar e sempre. Quando os outros abrirem os olhos, pode ser fato consumado para o segundo turno.
Para efeito de notas, a FSB definiu seis critérios com pesos diferentes: número de posts, seguidores, alcance da publicação, curtidas, comentários e compartilhamentos. O Facebook conta mais e o Twitter, menos.
Os parlamentares do Rio, do Paraná e do Rio Grande do Sul são os mais influentes nas redes. Já os do Maranhão, Roraima e Paraíba, os menos. E, dos 23 parlamentares réus no STF, 19 passam bem longe da internet. Esqueçam de mim?
Detalhe que não é precisamente detalhe: os presidentes da Câmara e do Senado não estão nem aí para o Facebook e para o Twitter. No ranking do Congresso, o deputado Rodrigo Maia ficou em 71.º e o senador Eunício Oliveira, em 451.º(!).
A conclusão é desoladora também para o PSDB. Não há um único tucano entre os 20 deputados nem mesmo entre os 20 congressistas mais ativos nas redes. E há um único e solitário entre os 20 senadores, no 10.º lugar: Aécio Neves, que, aliás, ontem foi alvo de um terceiro pedido de prisão da PGR. Não chega a ser exatamente animador...
Sentindo-se abandonado pela mídia, o presidente Michel Temer recorre cada dia mais a um instrumento político que já é importante agora e será importantíssimo em 2018: as redes sociais. Mas o campeão no uso do Facebook e do Twitter é justamente o seu maior e mais implacável adversário no Congresso, o PT.
Durante todo o primeiro semestre legislativo, de 2 de fevereiro a 17 de julho, quando começou o recesso, a empresa de comunicação FSB acompanhou 24 horas por dia o uso das redes por 559 deputados e senadores, que publicaram 85.203 posts no período. Os resultados foram com quatro cortes: Câmara, Senado, Congresso e partidos mais influentes nas redes. Dos 594 congressistas, 35 nem se dão ao trabalho de se comunicar virtualmente com seus eleitores.
O resultado da pesquisa é muito interessante: o PT ficou em primeiro lugar no ranking dos partidos, com nota 80, enquanto o PSDB só conseguiu o 15.º lugar, com nota 8,1. Preguiça ou ignorância do poder da internet?
Há um efeito político importante agora, quando Temer tem 5% popularidade, e outro maior ainda em 2018, nas primeiras eleições gerais sem financiamento privado. Com as fontes secando e dinheiro curto, a internet terá enorme peso nas campanhas. Quem é bom nisso larga com vantagem.
Mesmo o PMDB, que é o partido de Temer e tem obrigação de defender o governo, levou um banho do PT. Ficou em 10.º lugar (nota 13,4), atrás de outros partidos de oposição, como PSOL (4.º), PC do B (5.º) e Rede (6.º). A esquerda é, sem dúvida, bem mais atuante nas redes do que o centro e a direita.
Como contraponto à esquerda, particularmente ao PT, quem teve destaque foram o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro e seu filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro. Ambos são do PSC, a caminho do PEN. O pai ficou em primeiro lugar na lista da Câmara. O filho, em terceiro. Entre os dois, em segundo, ficou o petista Paulo Pimenta. Dos 20 deputados mais craques nas redes, 14 são de esquerda, nove deles do PT.
No Senado, os três líderes no uso das redes foram, pela ordem, Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Humberto Costa, todos do PT. No Congresso, novamente Lindbergh em primeiro, mas Gleisi em terceiro. E quem ficou em segundo? Ele, Jair Bolsonaro.
Como ele não chega a ser assíduo na TV e nos rádios, jornais e revistas, a explicação para o segundo lugar nas pesquisas presidenciais e para o clima de festa nas suas chegadas em aeroportos de Norte a Sul deve estar aí: Bolsonaro é muito ativo nas redes sociais. E, assim, vai crescendo, devagar e sempre. Quando os outros abrirem os olhos, pode ser fato consumado para o segundo turno.
Para efeito de notas, a FSB definiu seis critérios com pesos diferentes: número de posts, seguidores, alcance da publicação, curtidas, comentários e compartilhamentos. O Facebook conta mais e o Twitter, menos.
Os parlamentares do Rio, do Paraná e do Rio Grande do Sul são os mais influentes nas redes. Já os do Maranhão, Roraima e Paraíba, os menos. E, dos 23 parlamentares réus no STF, 19 passam bem longe da internet. Esqueçam de mim?
Detalhe que não é precisamente detalhe: os presidentes da Câmara e do Senado não estão nem aí para o Facebook e para o Twitter. No ranking do Congresso, o deputado Rodrigo Maia ficou em 71.º e o senador Eunício Oliveira, em 451.º(!).
A conclusão é desoladora também para o PSDB. Não há um único tucano entre os 20 deputados nem mesmo entre os 20 congressistas mais ativos nas redes. E há um único e solitário entre os 20 senadores, no 10.º lugar: Aécio Neves, que, aliás, ontem foi alvo de um terceiro pedido de prisão da PGR. Não chega a ser exatamente animador...
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