A população brasileira já conta com 14% de idosos com mais de 60 anos, acima da média mundial de 12%, e essa parcela deverá dobrar em um quarto de século. Essa evolução implica uma progressão de patologias onerosas para o sistema de saúde, notadamente as várias formas de câncer.
Não é de estranhar que neoplasias já apareçam como a terceira maior causa de morte no país. Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com cirurgias oncológicas, quimioterapia e radioterapia cresceram 9% em termos reais de 2010 a 2014, alcançando R$ 2,5 bilhões.
A taxa nacional de incidência de câncer, considerados todos os tipos de tumores, está em 273 casos por grupo de 100 mil habitantes, um pouco acima da média de 253 num grupo de países comparáveis (Argentina, Colômbia, México, Turquia e Rússia), selecionados no relatório "Alternativas para a Ampliação do Acesso à Saúde no Brasil - Um Estudo em Oncologia", da Interfarma.
É uma tendência global: os casos de câncer aumentam conforme avança o envelhecimento populacional e a melhora do nível de vida. Não por acaso, a ocorrência de tumores é muito mais alta (738 por 100 mil habitantes) nos países tomados como referência (Austrália, Canadá, Itália e Reino Unido).
O aspecto destoante, no caso brasileiro, é a evolução da mortalidade. Ela se acha estagnada aqui, em torno de 90 óbitos por 100 mil, mas está em queda nos outros nove países pesquisados.
As razões para tanto são difíceis de destrinchar. Ademais, as estatísticas nacionais podem ser afetadas por subnotificação, o que recomenda não tirar conclusões precipitadas a respeito.
A progressão dos gastos sem redução da mortalidade, entretanto, sugere que haja um problema de eficácia nos serviços de prevenção, tratamento e cuidados paliativos para o câncer, tanto no setor público de saúde quanto no privado.
O relatório faz várias recomendações, das quais cabe destacar duas. A primeira, e mais óbvia, é aperfeiçoar o sistema de coleta de dados sobre incidência da doença e eficácia de tratamentos, de modo a oferecer melhor apoio para planejamento e decisões.
A outra é rever o esquema de pagamento a hospitais e médicos com base apenas na quantidade e no valor dos procedimentos realizados —"sem mecanismos claros que busquem promover a eficiência dos gastos e tampouco o cuidado de longo prazo com os pacientes", alerta o estudo. Não basta, pois, gastar mais; urge, também, gastar melhor. (Folha de SP)
Não é de estranhar que neoplasias já apareçam como a terceira maior causa de morte no país. Os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com cirurgias oncológicas, quimioterapia e radioterapia cresceram 9% em termos reais de 2010 a 2014, alcançando R$ 2,5 bilhões.
A taxa nacional de incidência de câncer, considerados todos os tipos de tumores, está em 273 casos por grupo de 100 mil habitantes, um pouco acima da média de 253 num grupo de países comparáveis (Argentina, Colômbia, México, Turquia e Rússia), selecionados no relatório "Alternativas para a Ampliação do Acesso à Saúde no Brasil - Um Estudo em Oncologia", da Interfarma.
É uma tendência global: os casos de câncer aumentam conforme avança o envelhecimento populacional e a melhora do nível de vida. Não por acaso, a ocorrência de tumores é muito mais alta (738 por 100 mil habitantes) nos países tomados como referência (Austrália, Canadá, Itália e Reino Unido).
O aspecto destoante, no caso brasileiro, é a evolução da mortalidade. Ela se acha estagnada aqui, em torno de 90 óbitos por 100 mil, mas está em queda nos outros nove países pesquisados.
As razões para tanto são difíceis de destrinchar. Ademais, as estatísticas nacionais podem ser afetadas por subnotificação, o que recomenda não tirar conclusões precipitadas a respeito.
A progressão dos gastos sem redução da mortalidade, entretanto, sugere que haja um problema de eficácia nos serviços de prevenção, tratamento e cuidados paliativos para o câncer, tanto no setor público de saúde quanto no privado.
O relatório faz várias recomendações, das quais cabe destacar duas. A primeira, e mais óbvia, é aperfeiçoar o sistema de coleta de dados sobre incidência da doença e eficácia de tratamentos, de modo a oferecer melhor apoio para planejamento e decisões.
A outra é rever o esquema de pagamento a hospitais e médicos com base apenas na quantidade e no valor dos procedimentos realizados —"sem mecanismos claros que busquem promover a eficiência dos gastos e tampouco o cuidado de longo prazo com os pacientes", alerta o estudo. Não basta, pois, gastar mais; urge, também, gastar melhor. (Folha de SP)
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