Há muito tempo se diz que o Brasil é a maior nação católica do mundo. A afirmação pode passar por óbvia, dadas as dimensões de sua população, mas de todo modo expressa a predominância dessa crença por aqui.
Em termos absolutos, o Brasil não deixou de ser o líder em contingente de católicos, mas se tornou também um dos maiores países protestantes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Nigéria –e talvez da China, de estatísticas duvidosas.
A proporção nacional desses religiosos, em torno de 32% segundo pesquisa do Datafolha, assemelha-se à verificada na Alemanha, onde há 500 anos surgiu o movimento mais tarde chamado de reforma protestante.
Meio milênio de mudanças profundas na civilização esvazia quase todo o sentido de uma comparação dos fiéis brasileiros com os discípulos de Lutero ou Calvino.
A ideia se torna ainda menos pertinente quando se consideram a natureza dessa religião no Brasil moderno e sua miríade de denominações. Dois terços dos seguidores são pentecostais, variante que surgiu nos EUA apenas no início do século 20.
O protestantismo reproduz também no Brasil um traço distintivo de sua inovação: a afirmação da fé individual, a disseminação da ideia de pluralismo e liberdade religiosas, da possibilidade de contestação contínua de doutrinas, liturgias ou estruturas eclesiásticas.
Decerto as correntes nacionais contrastam com as versões modernas de sua contraparte europeia, as igrejas reformadas originais –que prezam mais a aproximação com o catolicismo, além de aceitarem de modo mais amplo a separação entre lei e Evangelhos.
Mais uma vez, porém, é preciso levar em conta a diversidade das denominações brasileiras, tantas vezes associadas, em parte da opinião pública, à teologia da prosperidade ou à política partidária.
A Congregação Cristã do Brasil, por exemplo, rejeita o proselitismo midiático, a politização e a crença no imediatismo dos efeitos da fé. Os evangélicos também se distribuem cada vez mais por diversas classes de renda e instrução.
A transformação religiosa do Brasil, apesar de veloz e muito evidente desde os anos 1990, ainda é fenômeno pouco conhecido, com implicações sociais e políticas frequentemente reduzidas a um debate esquemático, tanto mais quando se nota que a difusão da fé protestante começa a ganhar outros contornos, uma nova reforma.
Em termos absolutos, o Brasil não deixou de ser o líder em contingente de católicos, mas se tornou também um dos maiores países protestantes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Nigéria –e talvez da China, de estatísticas duvidosas.
A proporção nacional desses religiosos, em torno de 32% segundo pesquisa do Datafolha, assemelha-se à verificada na Alemanha, onde há 500 anos surgiu o movimento mais tarde chamado de reforma protestante.
Meio milênio de mudanças profundas na civilização esvazia quase todo o sentido de uma comparação dos fiéis brasileiros com os discípulos de Lutero ou Calvino.
A ideia se torna ainda menos pertinente quando se consideram a natureza dessa religião no Brasil moderno e sua miríade de denominações. Dois terços dos seguidores são pentecostais, variante que surgiu nos EUA apenas no início do século 20.
O protestantismo reproduz também no Brasil um traço distintivo de sua inovação: a afirmação da fé individual, a disseminação da ideia de pluralismo e liberdade religiosas, da possibilidade de contestação contínua de doutrinas, liturgias ou estruturas eclesiásticas.
Decerto as correntes nacionais contrastam com as versões modernas de sua contraparte europeia, as igrejas reformadas originais –que prezam mais a aproximação com o catolicismo, além de aceitarem de modo mais amplo a separação entre lei e Evangelhos.
Mais uma vez, porém, é preciso levar em conta a diversidade das denominações brasileiras, tantas vezes associadas, em parte da opinião pública, à teologia da prosperidade ou à política partidária.
A Congregação Cristã do Brasil, por exemplo, rejeita o proselitismo midiático, a politização e a crença no imediatismo dos efeitos da fé. Os evangélicos também se distribuem cada vez mais por diversas classes de renda e instrução.
A transformação religiosa do Brasil, apesar de veloz e muito evidente desde os anos 1990, ainda é fenômeno pouco conhecido, com implicações sociais e políticas frequentemente reduzidas a um debate esquemático, tanto mais quando se nota que a difusão da fé protestante começa a ganhar outros contornos, uma nova reforma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário