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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

'Estou candidato', diz Lula ao lançar pré-candidatura em BH

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta quarta-feira (21) que não respeita a decisão judicial que o condenou por corrupção e que pode impedir que ele dispute a Presidência.

"Eu não respeito a decisão que foi tomada contra mim porque sei que ela é mentirosa, política e não está baseada nos autos do processo."

"Estou candidato", disse em Belo Horizonte a militantes de esquerda reunidos no espaço de eventos Expominas. "Não tenho medo, podem até tentar me prender", completou.

O ato marcou o lançamento da candidatura do petista no Estado segundo a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que ressaltou que o PT não tem plano B.

Sobre seus adversários políticos, Lula disse querer que eles "tenham vergonha na cara e respeitem a democracia e o resultado eleitoral como eu respeitei". O petista aparece em primeiro lugar nas intenções de voto.

"Quero dizer àqueles que querem evitar que eu seja candidato: tenham coragem. Eu perdi três eleições e voltei pra casa. [...] Aprendam a lamber suas feridas e permitam que a democracia vença e disputem as eleições comigo para ver quem é que ganha."

Lula voltou a dizer que as acusações de corrupção contra ele são mentiras criadas com o objetivo de tirá-lo da disputa eleitoral.

"Decidiram que era preciso anular a possibilidade de Lula ser candidato. [...] Parte do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da imprensa, liderada por Globo e "Veja", resolveram demonizar o PT", afirmou.

"Parte do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da imprensa, liderada por Globo e "Veja", resolveram demonizar o PT", afirmou.

"A imprensa vai transformando mentira em verdade. O que eles não sabem é que o povo me conhece. Duvido que tenham a consciência tranquila como eu tenho."

O petista não voltou a fazer críticas à intervenção militar determinada pelo presidente Michel Temer (MDB) no Rio de Janeiro.

Pela manhã, Lula havia dito que Temer está usando a intervenção para "se cacifar" para a eleição presidencial.

Nesta quarta o petista esteve em acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e em um antigo centro de tratamento da hanseníase na região metropolitana de BH.
ANIVERSÁRIO

O ato desta quarta também marcou a comemoração de 38 anos de fundação do PT.

Em seu discurso, Lula exaltou as políticas de quando esteve na Presidência e disse ter sofrido preconceito.

"Havia torcida para que eu fracassasse. [...] Resolvi enfrentar o preconceito sendo o melhor, marcando mais gols. Saí pela porta da frente", disse.

Estiveram presentes o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), além de deputados e dirigentes petistas. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) chegou a ser anunciada, mas não compareceu.

Pimentel afirmou que "a ditadura sorrateiramente quer voltar" e atacou o Judiciário. O governador, que tenta a reeleição, responde a denúncias de corrupção no âmbito da Operação Acrônimo.

"Em vez de usar farda, usam togas de juízes arbitrários e parciais. Em vez de censura à imprensa, tornam a imprensa monopolizada", disse.

"Não me venha um juiz parcial com uma sentença fajuta dizer que Lula não pode ser candidato", completou.

Ele também criticou a intervenção militar no Rio, afirmando que ela "quebra o pacto federativo e a autonomia de Estados e municípios" e que seria um exemplo de como a ditadura está voltando.

Em dois momentos, Lula mencionou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), inclusive para dizer que reeleger Pimentel seria continuar dando "lição de moral" ao tucano.

Gleisi criticou ainda o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, mencionando que ele recebe auxílio-moradia e disse haver uma perseguição contra Lula.




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