Quando o STF derrubar hoje a prisão de condenados em segunda instância, para subjetivamente salvar Lula e todos os outros poderosos corruptos fisgados pela Lava Jato, a democracia também será derrubada no plano subjetivo.
A derrubada subjetiva da democracia significa que os cidadãos deixarão de acreditar nela como o melhor regime político — ou o pior, salvo todos os outros já tentados na história humana, como disse Winston Churchill. Porque é preciso entender que a maior parte das pessoas não tem convicções democráticas irremovíveis, mas certa crença na democracia.
Como qualquer crença, ela se baseia numa relação de custo e benefício existencial e material. Há tempos, infelizmente, essa relação no Brasil vem se mostrando muito desvantajosa tanto no cotidiano como no terreno das instituições — e, depois que a farsa no STF chegar ao seu final, com a libertação do chefão condenado, é fácil presumir que milhōes de cidadãos abandonarão o que lhes resta da crença no sistema representativo que resultou em tanta calhordice, pobreza, criminalidade e falta de perspectivas.
Estará aberto, assim, o caminho para a derrubada objetiva da democracia. E não adiantará lembrar que, durante o regime militar, o Brasil não era o paraíso na Terra (e, meninos, não era mesmo), porque a descrença no presente maquia o passado e o renova como futuro falsamente salvador, um credo substituindo o outro.
O presente grita que não há juízes em Brasília, não há presidente em Brasília, não há ministros em Brasília, não há parlamentares em Brasília, as exceções enfatizando a falta. Há profissionais da vantagem pessoal que, pegos pela Lava Jato, usam da democracia consumida em carcaça, após quinze anos de maus-tratos, para escudar-se da devida punição legal.
A carcaça da democracia fede como nunca. Não serão poucos a querer encobrir o fedor com o cheiro da pólvora dos canhões. Serão poucos a crer na ressurreição da carcaça por meio do voto em outubro. Triste país.
A derrubada subjetiva da democracia significa que os cidadãos deixarão de acreditar nela como o melhor regime político — ou o pior, salvo todos os outros já tentados na história humana, como disse Winston Churchill. Porque é preciso entender que a maior parte das pessoas não tem convicções democráticas irremovíveis, mas certa crença na democracia.
Como qualquer crença, ela se baseia numa relação de custo e benefício existencial e material. Há tempos, infelizmente, essa relação no Brasil vem se mostrando muito desvantajosa tanto no cotidiano como no terreno das instituições — e, depois que a farsa no STF chegar ao seu final, com a libertação do chefão condenado, é fácil presumir que milhōes de cidadãos abandonarão o que lhes resta da crença no sistema representativo que resultou em tanta calhordice, pobreza, criminalidade e falta de perspectivas.
Estará aberto, assim, o caminho para a derrubada objetiva da democracia. E não adiantará lembrar que, durante o regime militar, o Brasil não era o paraíso na Terra (e, meninos, não era mesmo), porque a descrença no presente maquia o passado e o renova como futuro falsamente salvador, um credo substituindo o outro.
O presente grita que não há juízes em Brasília, não há presidente em Brasília, não há ministros em Brasília, não há parlamentares em Brasília, as exceções enfatizando a falta. Há profissionais da vantagem pessoal que, pegos pela Lava Jato, usam da democracia consumida em carcaça, após quinze anos de maus-tratos, para escudar-se da devida punição legal.
A carcaça da democracia fede como nunca. Não serão poucos a querer encobrir o fedor com o cheiro da pólvora dos canhões. Serão poucos a crer na ressurreição da carcaça por meio do voto em outubro. Triste país.
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