Editorial - Folha de SP
Enquanto o país ainda lida com os estragos provocados pela paralisação dos caminhoneiros, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) tenta pegar carona na desordem e no autoritarismo do movimento.
A ameaça implícita é a mesma: provocar desabastecimento, em particular de combustíveis. Objetivos e métodos são semelhantes: uma ofensiva prepotente, se não criminosa, para impor políticas públicas por meio de chantagem. O que oferecem como argumentos são simplificações grosseiras ou mera demagogia oportunista.
Por meio da greve, o sindicalismo petroleiro quer a redução dos preços de gás de cozinha e outros derivados. Exige ainda nada menos que a demissão imediata do presidente da Petrobras, Pedro Parente, a quem acusa de administrar a empresa para “atender exclusivamente aos interesses do mercado”.
Desnecessário mencionar, a esta altura, que as medidas do governo e a gestão das estatais devem estar sujeitas ao escrutínio público.
As objeções dos petroleiros fazem parte do debate democrático, por mais incongruentes que sejam —por exemplo, quando criticam a empresa por defender o interesse de seus acionistas, entre os quais se sobrepõe a União ou, vale dizer, todos os brasileiros.
Muito diferente, no entanto, é usar uma pauta dessa natureza como pretexto para um arremedo de greve, que apenas se aproveita do estado de fragilidade do país para intimidações —caso a paralisação de 72 horas não dê resultado, a categoria promete cruzar os braços por tempo indeterminado.
A ministra Maria de Assis Calsing, do Tribunal Superior do Trabalho, somente apontou o óbvio ao afirmar que inexistem reivindicações trabalhistas a amparar o movimento. “Trata-se, a toda evidência, de greve de caráter político.”
Os paredistas ameaçam manter a população brasileira refém de seus interesses, preferências e demandas, tal como fizeram —com teses ideológicas opostas— as facções de caminhoneiros e do setor de transporte de carga.
Filiada à CUT, a Federação Única dos Petroleiros é companheira de viagem do desastre político, econômico e moral dos anos finais da administração petista.
Nesse período, a Petrobras foi saqueada e endividada até quase a ruína por investimentos incompetentes, corrupção e tabelamento de preços, sem que se ouvissem protestos da FUP e da CUT.
Os sindicalistas, ao que parece, buscam se valer do momento de insatisfação popular e debilidade do governo Michel Temer (MDB) para um contra-ataque pela esquerda.
Em sua estratégia tacanha, mesquinha e adepta de políticas ruinosas que quase derrubaram a maior empresa do país, não temem colaborar de novo para o tumulto econômico e institucional.
A ameaça implícita é a mesma: provocar desabastecimento, em particular de combustíveis. Objetivos e métodos são semelhantes: uma ofensiva prepotente, se não criminosa, para impor políticas públicas por meio de chantagem. O que oferecem como argumentos são simplificações grosseiras ou mera demagogia oportunista.
Por meio da greve, o sindicalismo petroleiro quer a redução dos preços de gás de cozinha e outros derivados. Exige ainda nada menos que a demissão imediata do presidente da Petrobras, Pedro Parente, a quem acusa de administrar a empresa para “atender exclusivamente aos interesses do mercado”.
Desnecessário mencionar, a esta altura, que as medidas do governo e a gestão das estatais devem estar sujeitas ao escrutínio público.
As objeções dos petroleiros fazem parte do debate democrático, por mais incongruentes que sejam —por exemplo, quando criticam a empresa por defender o interesse de seus acionistas, entre os quais se sobrepõe a União ou, vale dizer, todos os brasileiros.
Muito diferente, no entanto, é usar uma pauta dessa natureza como pretexto para um arremedo de greve, que apenas se aproveita do estado de fragilidade do país para intimidações —caso a paralisação de 72 horas não dê resultado, a categoria promete cruzar os braços por tempo indeterminado.
A ministra Maria de Assis Calsing, do Tribunal Superior do Trabalho, somente apontou o óbvio ao afirmar que inexistem reivindicações trabalhistas a amparar o movimento. “Trata-se, a toda evidência, de greve de caráter político.”
Os paredistas ameaçam manter a população brasileira refém de seus interesses, preferências e demandas, tal como fizeram —com teses ideológicas opostas— as facções de caminhoneiros e do setor de transporte de carga.
Filiada à CUT, a Federação Única dos Petroleiros é companheira de viagem do desastre político, econômico e moral dos anos finais da administração petista.
Nesse período, a Petrobras foi saqueada e endividada até quase a ruína por investimentos incompetentes, corrupção e tabelamento de preços, sem que se ouvissem protestos da FUP e da CUT.
Os sindicalistas, ao que parece, buscam se valer do momento de insatisfação popular e debilidade do governo Michel Temer (MDB) para um contra-ataque pela esquerda.
Em sua estratégia tacanha, mesquinha e adepta de políticas ruinosas que quase derrubaram a maior empresa do país, não temem colaborar de novo para o tumulto econômico e institucional.
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