No jornal Folha de SP
Ele confundiu o Mar Negro com o Mar Vermelho, disse torcer para a seleção brasileira quebrar um tabu que, na verdade, não existe, e chamou um dos maiores jogadores dos anos 1980, Michel Platini, de "aquele menino francês". Após pouco menos de dez minutos com jornalistas, se retirou da conversa para participar de um almoço com atletas do Brasil, em Sochi, na Rússia, onde a equipe de Tite realiza a preparação para a Copa do Mundo.
Desconhecido da maioria dos brasileiros, o coronel Antônio Carlos Nunes, 80, disse na manhã desta terça-feira (12) que está "realizando um sonho" por estar no Mundial no comando da CBF, entidade envolta em sucessivos escândalos.
Sua passagem será breve, até abril do próximo ano. O cartola paraense assumiu o cargo definitivamente há dois meses, depois de a Fifa banir do futebol, para o resto da vida, o então presidente Marco Polo Del Nero, considerado culpado por suborno e corrupção.
Nunes, em raro momento sozinho sem assessores, negou manter contato com seu antecessor, de quem é aliado e amigo muito próximo há décadas.
Perguntado se Del Nero estava deprimido de não estar na Copa, porém, respondeu que sim.
"Pô, um cara que deu uma vida no futebol. Desde que ele tava na barriga da mãe ele respirava futebol, porque o pai dele foi um jogador, né? Ele nasceu dentro do futebol", afirmou.
"Ultimamente não falei com ele", disse, sem se estender, logo mudando de assunto.
Em pouco mais de cinco minutos que atendeu jornalistas, o cartola se confundiu sobre a geografia da Rússia e também sobre a história das Copas.
O coronel acompanhou de dentro do campo o primeiro treino da seleção brasileira no país do Mundial. Ele chegou por volta de 10h30 no gramado, com uma bengala, e se sentou no banco de reservas.
Conhecido por ter um estilo mais "boleiro", diferente dos outros presidentes da CBF, que tinham perfis mais político, Nunes ficou uma parte do treino conversando com Edu Gaspar, coordenador de seleções, e depois com auxiliares de Tite.
O seu sucessor, Rogério Caboclo, recém-eleito presidente da entidade, também esteve no treino -- ele é chefe da delegação brasileira na Copa.
Entre as confusões que cometeu na rápida conversa com jornalistas, Nunes disse esperar que a seleção conseguisse quebrar o tabu de, como equipe não europeia, conquistar o Mundial no continente.
"Nunca uma seleção não europeia conseguiu ganhar em uma Copa na Europa", pontuou.
O cartola se esqueceu, porém, que o próprio Brasil conseguiu o feito, em 1958, na Suécia, quando foi campeão pela primeira vez, derrotando a anfitriã na final por 5 a 2.
Em seguida, o coronel apontou o dedo para um dos lados do campo e perguntou: "ali que fica o Mar Vermelho?", sendo rapidamente corrigido por repórteres, de que, na verdade, o mar que banha o litoral de Sochi é o Mar Negro.
"Ah, é. É o Negro, mas ele é azul, né?", tentou brincar. O Mar Vermelho, na verdade, fica localizado no golfo do Oceano Índico, entre a África e a Ásia.
O presidente da CBF ainda fez elogios para o campo usado pela seleção para o treino e disse que a Rússia se desenvolveu depois de ter largado "aquela U-R-S-S".
"Esse centro de excelência aqui, que coisa, né? Como eles fizeram isso, né? Tem até hotel pra hospedar atleta. A Rússia se desenvolveu quando ela largou aquela URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas), porque aí ela desenvolveu da maneira como está".
Para falar sobre um dos maiores jogadores dos anos 1980, o francês Michel Platini, Nunes se referiu a ele de "aquele menino francês", quando comentava sobre a situação política da Fifa e as próximas eleições.
O ex-meio-campista, que chegou a postular o cargo de presidente da entidade máxima do futebol, foi banido em 2015 -- ele também foi presidente da UEFA por vários anos.
Na segunda (11), antes de se encontrar com a seleção, o cartola participou da reunião do Conselho da Conmebol em Moscou.
No encontro, que contou com a presença do presidente da Fifa Gianni Infantino, afirmou "Eu disse ao Infantino que ele pode preparar a taça para o Brasil. Eu quero levantar a taça".
A fama do dirigente de cometer gafes é famosa e antiga. Até por isso, na sede da entidade, no Rio, ou em eventos, está sempre cercado por assessores, que o impedem de falar.
Em 2009, na Copa das Confederações na África do Sul, o coronel era chefe da delegação e provocou uma saia justa com a Fifa e foi desmentido pela CBF.
"Depois das 18h, ninguém mais pode sair às ruas", disse à época, tocando no tema que era considerado como o mais sensível para os organizadores.
Desconhecido da maioria dos brasileiros, o coronel Antônio Carlos Nunes, 80, disse na manhã desta terça-feira (12) que está "realizando um sonho" por estar no Mundial no comando da CBF, entidade envolta em sucessivos escândalos.
Sua passagem será breve, até abril do próximo ano. O cartola paraense assumiu o cargo definitivamente há dois meses, depois de a Fifa banir do futebol, para o resto da vida, o então presidente Marco Polo Del Nero, considerado culpado por suborno e corrupção.
Nunes, em raro momento sozinho sem assessores, negou manter contato com seu antecessor, de quem é aliado e amigo muito próximo há décadas.
Perguntado se Del Nero estava deprimido de não estar na Copa, porém, respondeu que sim.
"Pô, um cara que deu uma vida no futebol. Desde que ele tava na barriga da mãe ele respirava futebol, porque o pai dele foi um jogador, né? Ele nasceu dentro do futebol", afirmou.
"Ultimamente não falei com ele", disse, sem se estender, logo mudando de assunto.
Em pouco mais de cinco minutos que atendeu jornalistas, o cartola se confundiu sobre a geografia da Rússia e também sobre a história das Copas.
O coronel acompanhou de dentro do campo o primeiro treino da seleção brasileira no país do Mundial. Ele chegou por volta de 10h30 no gramado, com uma bengala, e se sentou no banco de reservas.
Conhecido por ter um estilo mais "boleiro", diferente dos outros presidentes da CBF, que tinham perfis mais político, Nunes ficou uma parte do treino conversando com Edu Gaspar, coordenador de seleções, e depois com auxiliares de Tite.
O seu sucessor, Rogério Caboclo, recém-eleito presidente da entidade, também esteve no treino -- ele é chefe da delegação brasileira na Copa.
Entre as confusões que cometeu na rápida conversa com jornalistas, Nunes disse esperar que a seleção conseguisse quebrar o tabu de, como equipe não europeia, conquistar o Mundial no continente.
"Nunca uma seleção não europeia conseguiu ganhar em uma Copa na Europa", pontuou.
O cartola se esqueceu, porém, que o próprio Brasil conseguiu o feito, em 1958, na Suécia, quando foi campeão pela primeira vez, derrotando a anfitriã na final por 5 a 2.
Em seguida, o coronel apontou o dedo para um dos lados do campo e perguntou: "ali que fica o Mar Vermelho?", sendo rapidamente corrigido por repórteres, de que, na verdade, o mar que banha o litoral de Sochi é o Mar Negro.
"Ah, é. É o Negro, mas ele é azul, né?", tentou brincar. O Mar Vermelho, na verdade, fica localizado no golfo do Oceano Índico, entre a África e a Ásia.
O presidente da CBF ainda fez elogios para o campo usado pela seleção para o treino e disse que a Rússia se desenvolveu depois de ter largado "aquela U-R-S-S".
"Esse centro de excelência aqui, que coisa, né? Como eles fizeram isso, né? Tem até hotel pra hospedar atleta. A Rússia se desenvolveu quando ela largou aquela URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas), porque aí ela desenvolveu da maneira como está".
Para falar sobre um dos maiores jogadores dos anos 1980, o francês Michel Platini, Nunes se referiu a ele de "aquele menino francês", quando comentava sobre a situação política da Fifa e as próximas eleições.
O ex-meio-campista, que chegou a postular o cargo de presidente da entidade máxima do futebol, foi banido em 2015 -- ele também foi presidente da UEFA por vários anos.
Na segunda (11), antes de se encontrar com a seleção, o cartola participou da reunião do Conselho da Conmebol em Moscou.
No encontro, que contou com a presença do presidente da Fifa Gianni Infantino, afirmou "Eu disse ao Infantino que ele pode preparar a taça para o Brasil. Eu quero levantar a taça".
A fama do dirigente de cometer gafes é famosa e antiga. Até por isso, na sede da entidade, no Rio, ou em eventos, está sempre cercado por assessores, que o impedem de falar.
Em 2009, na Copa das Confederações na África do Sul, o coronel era chefe da delegação e provocou uma saia justa com a Fifa e foi desmentido pela CBF.
"Depois das 18h, ninguém mais pode sair às ruas", disse à época, tocando no tema que era considerado como o mais sensível para os organizadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário