O desembargador federal Marcos Maia passou por uma situação inusitada e desagradável na noite da última quinta-feira ,25, dia de Natal. Ele esteve no hospital de Clínicas, no bairro do Marco, acompanhando o caseiro que trabalha para a sua família, que estava passando mal, e foi, segundo conta, ignorado e maltratado pelo médico que prestou atendimento ao rapaz. De acordo com o desembargador, o plantonista, identificado apenas como Luís Augusto, recusou-se, sem motivo algum, até a dar maiores informações sobre o estado de saúde do próprio paciente, alegando que o desembargador não era 'parente' do rapaz.
De acordo com o desembargador, o caseiro, que vive em Salinas, começou a se sentir mal ainda na manhã de quinta-feira, com dores no peito e de cabeça. Atendido em um hospital local, ele foi transferido para Belém por conta de uma suspeita de infarto. Já no hospital de Clínicas, segundo Maia, o médico que o assistiu, de pré-nome Luís Augusto, foi agressivo e se recusou a dar maiores informações sobre o estado de saúde do caseiro, liberando-o em seguida. 'Quando ele (o médico) saiu da sala de atendimento, nos deu uma espécie de laudo sobre o paciente, mas como não entendi a letra, fui procurá-lo para que me explicasse o que estava escrito ali. Ele foi muito grosseiro, disse que eu não era parente e, depois de uma discussão comigo, resmungou apenas que havia liberado o paciente', relatou o desembargador que, inconformado com a situação, formalizou uma queixa, através de um bilhete, e depositou em uma espécie de urna que funciona como 'ouvidoria' do hospital. 'Até onde eu sei, a ouvidoria é um lugar, como o próprio nome diz, onde a gente deve ser ouvido a respeito daquele atendimento ou serviço, mas não foi o que eu vi. Não sei se aquela reclamação que eu escrevi vai ser sequer lida, mas não podia sair de lá assim. Acho que o médico, antes de qualquer coisa, precisa entender que ele está cuidando de seres humanos', comentou.
Ainda preocupado com a situação do funcionário, Marcos levou-o, assim que saiu do hospital, para uma consulta com sua irmã, que é médica. 'Ela o medicou e ele voltou para Salinas, mas continua tendo os mesmos sintomas', afirmou.
A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) informa que o paciente em questão deu entrada no hospital às 19h58 do dia 25 dezembro e foi atendido pela equipe médica do Serviço de Triagem e Urgência Cardiológica (SAT), sendo avaliado e medicado normalmente e obtendo alta às 20h55 do mesmo dia. Na avaliação médica foi constatado que a situação clínica dele não demonstrava ser perfil de atendimento cardiovascular, especialidade do SAT. Mesmo assim, ele foi atendido, medicado e encaminhado ao Pronto-Socorro Municipal.
Segundo os médicos de plantão, a informação sobre o quadro clínico do paciente já havia sido repassada aos familiares dele. Em nenhum momento o hospital negou-se a esclarecer sobre a situação clínica do paciente, mas a informação a respeito do diagnóstico foi transmitida somente para os familiares, respeitando o sigilo médico a que todo paciente tem direito. (Fonte: AMAZÔNIA)
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