Desde os nove anos, João Filho Nogueira de Andrade sofre preconceito por ser 'diferente'. Agora, aos 31, para compreender a rejeição, João Filho, ou melhor, Luma Andrade, como prefere ser chamada, ingressou no doutorado em educação na Universidade Federal do Ceará, tornando-se, oficialmente, o primeiro travesti a alcançar esse nível da carreira acadêmica no País, de acordo com a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
Luma também é servidora concursada do Estado, na Secretaria da Educação. Coordena 28 escolas em 13 municípios do interior do Ceará.
A função permite que ela intervenha em casos como o de uma diretora que chamou os pais para reclamar que o filho era gay e de outra que queria impedir a entrada de alunos travestis que usassem batom.
'Falei que isso não era certo, que era imoral. É preciso que entendam que a própria Constituição garante o direito de todos à educação, sem discriminação', disse Luma, que sempre viveu em cidades do interior. Hoje, mora em Russas (165 km de Fortaleza).
O caminho de Luma, de acordo com ela mesma, tem sido bem diferente do vivido pela maioria dos travestis. Filha de analfabetos pobres, ela disse que já chegou até a receber convites para 'fazer programas', mas que decidiu estudar para ajudar a família.
A primeira dificuldade enfrentada por ela foi na terceira série, quando, por só brincar com meninas, apanhou de um colega da sala. 'Quando fui chorando contar para a professora, ela virou e disse: 'Bem feito, quem manda você ser desse jeito?' Eu era uma criança, mas percebi, então, que ela me via diferente e que me condenava.'
Formada em ciências, com habilitação em biologia e química, pela Universidade Estadual do Ceará, Luma também sofreu para conseguir ser professora. Um diretor, segundo ela, ficou um mês a espiando dar aulas, enquanto outro tentou impedir sua posse, apesar das boas notas no concurso. Para entender esse processo de exclusão social, ela começou a pesquisar, para a sua tese, casos de travestis que freqüentam escolas públicas. Ela deve concluir o doutorado até 2012 na Universidade Federal do Ceará. (Fonte: AMAZÔNIA)
Luma também é servidora concursada do Estado, na Secretaria da Educação. Coordena 28 escolas em 13 municípios do interior do Ceará.
A função permite que ela intervenha em casos como o de uma diretora que chamou os pais para reclamar que o filho era gay e de outra que queria impedir a entrada de alunos travestis que usassem batom.
'Falei que isso não era certo, que era imoral. É preciso que entendam que a própria Constituição garante o direito de todos à educação, sem discriminação', disse Luma, que sempre viveu em cidades do interior. Hoje, mora em Russas (165 km de Fortaleza).
O caminho de Luma, de acordo com ela mesma, tem sido bem diferente do vivido pela maioria dos travestis. Filha de analfabetos pobres, ela disse que já chegou até a receber convites para 'fazer programas', mas que decidiu estudar para ajudar a família.
A primeira dificuldade enfrentada por ela foi na terceira série, quando, por só brincar com meninas, apanhou de um colega da sala. 'Quando fui chorando contar para a professora, ela virou e disse: 'Bem feito, quem manda você ser desse jeito?' Eu era uma criança, mas percebi, então, que ela me via diferente e que me condenava.'
Formada em ciências, com habilitação em biologia e química, pela Universidade Estadual do Ceará, Luma também sofreu para conseguir ser professora. Um diretor, segundo ela, ficou um mês a espiando dar aulas, enquanto outro tentou impedir sua posse, apesar das boas notas no concurso. Para entender esse processo de exclusão social, ela começou a pesquisar, para a sua tese, casos de travestis que freqüentam escolas públicas. Ela deve concluir o doutorado até 2012 na Universidade Federal do Ceará. (Fonte: AMAZÔNIA)
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