Pacientes que dependem de planos de saúde podem começar a ter sérios problemas. Como as operadoras que mantêm os planos têm atrasado o pagamento, considerados abaixo do mercado, os médicos começaram a cortar o atendimento nos consultórios. Há dez anos, os planos tiveram o equivalente a 131% de reajuste. Já os valores que deveriam ser pagos aos médicos foi reajustado em apenas 50%. Daí a suspensão do atendimento aos usuários, que, segundo o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), agora deverão pagar as consultas, pedir e recibo e solicitar o ressarcimento do plano.
De acordo com o diretor administrativo do Sindmepa, o médico João Fonseca Gouveia, dos 5 mil médicos atuando no Pará, pelo menos metade deles atende em consultórios particulares, o que significa que o número de usuários que pode vir a ser prejudicado pelo problema dos profissionais com os planos é grande.
Ele explica que o contrato entre os profissionais e os planos é precário e não prevê o reajuste dos valores de consultas, que atualmente é, em média, de R$ 45, valor considerado muito abaixo do praticado no mercado. "Esse valor está defasado. Os contratos entre médicos e os planos não consta nem que deve haver reajuste anual", observa. Gouveia cita o caso dos endocrinologistas e oftalmologistas, especialidades que utilizam equipamentos de ponta para os tratamentos. Os médicos especialistas estão se recusando a atender pacientes de planos de saúde, já que além de não receberem pela consulta, quando recebem o valor limpo não chega a R$ 5. "
Como o número de médicos que têm deixado de atender nos consultórios é grande, o Sindmepa enviou ofício ao Ministério Público do Estado (MPE) para que interceda nas negociações, que se iniciaram há dois anos, mas que, segundo João Gouveia, não foram cumpridas. "Há dois anos houve a suspensão do credenciamento. Ficou acordado que íamos negociar, mas como os planos não cumprem o que prometem, que é pagar os médicos corretamente, as negociações foram suspensas", diz o diretor do Sindmepa. (No Amazônia)
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