"O caso é sério e pouca gente na região está preocupada. Não é exagero de ambientalista, não é fantasia de um apaixonado pela Amazônia. O governo federal está decidido a destruir o rio Tapajós, com as populações que vivem e dependem do grande e belo rio. Se a gente de Santarém, Belterra, Aveiro, Itaituba e os índios mundurukus não se unirem, tomarem consciência e resistirem, o rio Tapajós começa a ser destruído em 2012, com o plano da Eletronorte e ELETROBRÁS. O plano inclui a construção de 16 grandes hidroelétricas na bacia do Tapajós, sendo as duas maiores entre são Luís, Pimental e Jacareacanga, mais 3 no rio Jamanxim, três no rio Teles Pires e 6 no rio Juruena, estes dois últimos são nascentes do rio Tapajós.
Sem nunca o governo ter vindo aqui para dialogar com as comunidades, mostrar os planos e perguntar se a gente concorda com tal destruição em nome do progresso do Brasil, o chefe da Eletrobrás declara lá em Brasília que vai destruir o máximo de rios, florestas e expulsar os moradores para extrair o máximo de energia elétrica. Para o governo federal os povos da região não contam, são apenas obstáculos ao crescimento econômico.
Não é exagero, nem fantasia. O caso é sério e se, os políticos, as autoridades municipais, as igrejas, sindicatos, associações, estudantes, etc continuarem alheios e calados a desgraça será irremediável. Por isso, é preciso acordar urgente, tomar consciência de nossa dignidade e resistir. O governo federal pensa em crescimento econômico, não pensa em bem dos povos do Tapajós. As águas dos rios amazônicos se tornam mercadoria de valor para o governo, as empresas mineradoras e indústrias, mesmo que os estragos fiquem na região".
(Padre Edilberto Sena, no editorial ´Acorda, gente, o governo quer destruir o rio Tapajós!)
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