Em vinte anos, o desmatamento no Pará dobrou. Fala-se muito em verticalização da produção mineral, mas outra grande questão que deve ser prioridade nos próximos anos no Estado do Pará é a verticalização do setor madeireiro. Afinal, em 2009, apenas cerca de 8% da produção de madeira do Estado foi beneficiada na forma de portas, janelas e pisos, por exemplo.
Estes são apenas alguns dos cenários apresentados em um estudo preparado pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Em nove capítulos, o livro "Fatos Florestais da Amazônia 2010" sintetiza as estatísticas sobre o setor florestal da Amazônia.
"Trata-se do diagnóstico mais completo já realizado sobre a principal atividade de uso da terra na Amazônia - o setor madeireiro. Essas informações foram compiladas a partir de levantamentos primários do Imazon e dados secundários mais recentes de outras instituições", afirma o texto de apresentação do documento, assinado pelo pesquisador e um dos autores da obra, Denys Pereira. A pesquisa é ainda assinada por Daniel Santos, Mariana Vedoveto, Jayne Guimarães e Adalberto Veríssimo.
O estudo demonstra, por exemplo, que o desmatamento no Pará dobrou em 20 anos. Em 1989, a taxa de desmatamento em relação à área total do Estado era de 10,7%. Esse índice subiu para 20,2% em 2009. Já em relação ao desmatamento total na região amazônica, incluindo aí os nove Estados da Amazônia Legal, houve uma queda significativa de 17,8 mil quilômetros quadrados desmatados em 1989 para 7,5 mil km² em 2009. Aliás, foi em 2009 que houve a menor taxa de desmatamento, desde o início do monitoramento.
No mapa do setor madeireiro, o Pará aparece em primeiro lugar no número de polos do setor. Em 2009, eram 71 polos processadores de madeira na Amazônia Legal, sendo que 30 deles estão localizados no Pará. Aliás, foram os Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia os maiores produtores e responderam por 91% do total produzido. O Pará possui ainda quase o dobro de indústrias em relação ao segundo Estado com maior número delas: são 1.067 em solo paraense contra 592 no Mato Grosso. (No Amazônia)
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