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sábado, 16 de abril de 2011

Acadêmia Parense de Letras perde Ápio Campos

Um mês e meio após perder seu presidente, o poeta Alonso Rocha, a Academia Paraense de Letras cobriu-se de luto mais uma vez. Morreu ontem, aos 84 anos, o titular da cadeira 30, o professor, jornalista, poeta e cônego Ápio Campos. Há um mês, ele sofreu um infarto e, devido à idade, precisou ser internado. O quadro de saúde foi se agravando, até que uma parada cardiorrespiratória o matou, às vésperas do último domingo da quaresma.

O corpo foi velado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no bairro da Campina. Ao longo da manhã, vários imortais, colegas e antigos alunos da Universidade Federal do Pará foram se despedir do cônego Ápio, como todos o chamavam. O arcebispo emérito D. Vicente Zico e o arcebispo de Belém, D. Alberto Taveira, estiveram presentes. Padre Ronaldo Menezes rezou missa de corpo presente e, no inicio da tarde, encomendou o corpo, que foi sepultado às 15 horas. - 'Para mim, depois do meu pai, ele foi a pessoa mais importante, no campo profissional. A ele devo muito do que sei e do sou', disse, emocionada, a ex-diretora do centro de Letras e antiga aluno, professora-doutora Maria de Nazaré da Cruz Vieira.

Ápio Paes Campos Costa nasceu em Belém, em 1927. Era filho de Luciano e Evarinta Campos Costa. Estudou no Colégio Nazaré, transferindo-se depois para o Seminário Metropolitano N. S. da Conceição. Concluiu Teologia em 1949, mas só recebeu a ordenação sacerdotal no ano seguinte, após completar os 23 anos, idade mínima exigida pelo Direito Canônico, e mesmo assim por dispensa concedida.

Após concluir o curso teológico, no ano anterior, já era diácono, foi mandado para Salinópolis, para estagiar ao lado do padre Florêncio Dubois, professor do seminário e que o apresentara ao professor Paulo Maranhão, diretor da 'Folha do Norte', seu grande amigo, que o fez ingressar no jornalismo. Por muitos anos, Ápio Campos foi colaborador de O LIBERAL, onde, aos domingos, publicava artigos. Dentro da Igreja, exerceu o vicariato nas paróquias de Santa Terezinha e do município de Benevides. Foi professor no IEP e no Ginásio Paes de Carvalho, na UFPA, no seminário São Pio X e na Unama, onde coordenou o curso de teologia. Na Universidade Federal do Pará foi professor, diretor do centro de Letras e pró-reitor de Planejamento, de Pesquisa, além de assessor da reitoria.

Autor de obra vasta e densa, publicou livros na área dos estudos linguísticos e literários, de contos e de poemas. Na Academia, ocupava a cadeira número 30, patronímica de Manoel Barata e cujo último ocupante foi Jorge Hurley. disse Para presidente da APL, Antônio José Mattos, Ápio nunca será esquecido. 'Vamos sentir muita falta e muita saudade do cônego Ápio. Nos últimos anos, ele quase já não ia às sessões, mas sempre alguém nos trazia notícias dele. Na quinta-feira mesmo, durante a plenária, o confrade João Carlos Pereira falou no cônego Ápio e lamentamos profundamente saber que seu estado de saúde havia se agravado', disse.

Muito emocionado, o professor Édson Franco lembrava os tempos de convivência diária com o cônego Ápio. 'Ele coordenou, com muita sabedoria, o curso de teologia do Cesep e nos dava constantes lições de sabedoria'. (No Amazônia)

Um comentário:

  1. O que eu posso dizer de uma pessoa como o professor Ápio campos, na minha vida foi meu tudo,concelheiro, amigo,compareiro,pai,protetor em fim realmente não tem como descrever essa pessoa tão especial que aos longos de vinte anos de convivencia só me ensinou coisas tão boas, saudades eternas.

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