A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) entrou com uma ação na Justiça para tentar reaver os R$ 295 mil desviados da folha de pagamento da empresa. O dinheiro foi depositado na conta do analista de sistema responsável pela elaboração da folha de pagamento. Servidor comissionado, ele já foi demitido da companhia. As informações foram dadas, ontem à tarde, pelo presidente da Cosanpa, Antônio Braga. A fraude, iniciada em julho de 2010, durou um ano, tempo em que o analista trabalhou na empresa até ser demitido.
Mensalmente, até R$ 32 mil chegaram a ser depositados na conta dele. Em entrevista à imprensa, Antônio Braga disse que o servidor foi demitido, por justa causa, após a sindicância, que durou cinco dias.
O presidente da Cosanpa explicou que, no dia 22 de julho deste ano, foi feita 'uma revisão de rotinas', e verificou-se haver uma 'inconsistência' no fechamento da folha. Ainda de acordo com Antônio Braga, o acusado criou um programa fraudulento para que esse valor fosse depositado em sua conta. Ao total da folha de pagamento da companhia, que tem aproximadamente 1.500 empregados, era acrescida aquela soma em dinheiro.
Com a investigação interna, descobriu-se quem era o servidor beneficiado. 'Fizemos a sindicância. Em quatro dias, tínhamos o resultado. E, com o resultado, tivemos o embasamento necessário para fazer a demissão por justa causa. O funcionário estava, inclusive, em gozo de férias', afirmou. Ele acrescentou que a Cosanpa acionou a Polícia Civil para investigar a fraude, o que já está sendo feito. Segundo o presidente, o valor exato desviado pelo acusado totalizou R$ 295.091,46.
O presidente da Cosanpa justificou o motivo pelo qual a fraude não foi detectada durante um ano. 'A falha aconteceu porque foi cometido um delito, praticado por um profissional especializado no sistema. E, por isso, a falha ficou escondida por algum tempo. E o único beneficiário foi o funcionário que cometeu o delito', disse Antônio Braga.
O secretário de Saneamento do Sindicato dos Urbanitários, Pedro Blois, afirmou, na última segunda-feira, haver informações de que o desvio era maior - em torno de R$ 45 mil mensais. O presidente da Cosanpa retrucou que o sindicalista daria uma 'grande contribuição' à companhia se comparecesse à polícia e informasse onde está essa diferença nos valores.
Em nota divulgada ontem, o Sindicato dos Urbanitários do Pará afirmou que esse desvio 'do já combalido cofre da Cosanpa se deu porque a direção da empresa não tem fiscalização de rotina. Se tivesse, o desvio não se estenderia por 12 meses, como aconteceu. A fraude, descoberta em julho deste ano, era possível porque a direção da Companhia concedeu plena autonomia a um comissionado, que fazia sozinho a folha de pagamento da empresa. Como não havia fiscalização, ele emitia mensalmente uma folha suplementar de pagamento, que era desviada à conta dele', afirma a nota. (No Amazônia)
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