O deputado Edmilson Rodrigues (Psol) chamou a atenção, ontem, na tribuna da Alepa, para a falta de explicações sobre o empréstimo de R$ 366 milhões tomado pelo governo anterior e classificado pelo atual como irregular. Ele afirma que o uso de cheques duplicados é grave, mas adverte que a forma como o assunto veio à tona também merece explicações.
Segundo relatório da Auditoria Geral do Estado (AGU) divulgado pelo governador Simão Jatene (PSDB), dos R$ 275 milhões já repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao governo, em 2010, apenas R$ 51 milhões foram gastos regularmente, conforme o contrato.
O relatório também apontou a utilização de notas fiscais já apresentadas ao Banco do Brasil (BB) para justificar a aplicação de R$ 76,9 milhões do empréstimo obtido junto ao BNDES. O BB também emprestou R$ 100 milhões ao governo, mas para aplicação específica no projeto Ação Metrópole.
Edmilson enfatizou que a duplicidade de cheques é gravíssima e ainda precisa de explicações da ex-governadora. Ontem, ele disse não entender o silêncio da petista porque o relatório da AGE distribuído por Jatene é detalhado e fundamentado em "rigoroso trabalho de análise orçamentária e financeira".
Porém, o deputado também acredita que a situação merece maior esclarecimento de Jatene porque a forma como o assunto vem sendo tratado se mostra política. Ele observa que a apresentação da prestação de contas ao BNDES ocorreu em fevereiro deste ano, mas não se sabe quem fez a entrega dos documentos.
No relatório da AGE, aponta, o BNDES revela que a prestação de contas (relatório de desempenho) de julho a dezembro de 2010 não foi encaminhada através de ofício e sim recebida no dia 25 de fevereiro deste ano, no serviço de protocolo do banco.
"Alguém, pelo que informa o próprio BNDES, entregou o Relatório de Desempenho relativo ao período de 01 de julho a 23 de dezembro de 2010, diretamente no BNDES, no dia 25 de fevereiro de 2011, sem a devida formalização", comentou.
Para ele, há que se questionar "por que razão um documento tão importante seria entregue sem ofício, dois meses depois de seu período de abrangência? Quem teria feito a entrega ao BNDES? Alguém vinculado à atual administração ou um preposto da ex-governadora Ana Julia?Isto é muito grave e exige a mais pronta e objetiva resposta!". (No Amazônia)
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