"O Pará é muito grande, tem muita gente, são quase 8 milhões de habitantes, muitos problemas e poucos recursos. Esta é uma proposta para mostrar para população que é importante ter esta estratégia de desenvolvimento porque vamos mais do que duplicar os recursos para uma mesma área territorial", justificou.
Ele também argumentou que a criação do Estado do Tapajós é uma reivindicação histórica dos moradores. "O Tapajós não é um projeto oportunista nem tão pouco vai beneficiar apenas meia dúzia de pessoas. È uma discussão que vem a mais de 150 anos, do Brasil Império. Quando se discutiu a divisão da Amazônia, já se sugeriu a criação da província do Tapajós. A partir daí todos os momentos em que se fala em divisão territorial se sugere a criação do Tapajós", afirmou Maia, ressaltando que todos os processos de emancipação de estados ou municípios feitos até hoje no Brasil foram exitosos.
Confrontado com as estatísticas de um estudo do IPEA que aponta para a inviabilidade econômica das novas unidades federativas, ele alertou que este levantamento não leva em consideração outras variáveis de renda que vão compor a receita das três regiões. "Este estudo se baseia apenas na parte das despesas, mas é preciso considerar também a receita. Logicamente que se o Pará fosse transformado em três estados mantendo os mesmos recursos que recebe hoje é altamente inviável, mas se você for ver, por força da própria constituição, vamos receber mais", afirmou o deputado comparando o aumento no repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que num cenário de divisão, pularia de R$ 2,9 bilhões para R$ 6 bilhões.
Lira evoca O exemplo de outros estados para defender o "sim"
Respondendo a um telespectador que questionou se a divisão se traduziria em mais recursos para investimentos em escolas e postos de saúde, Lira Maia destacou que o poder de investimento dos novos Estados seria muito maior. "Tocantins quando foi criado tinha duas universidades, hoje tem 42; antes tinha 200 km de estradas asfaltadas e hoje são quase 7 mil km. O Pará, com a idade e o tamanho que tem, só tem 5,3 mil km de estradas asfaltadas e o Tapajós hoje só tem 127 km disso", afirmou.
"Quando a gente diminui as áreas, encurta distâncias, coloca o Governo mais perto e, com certeza, a melhoria da qualidade de vida da população vai acontecer", afirmou o parlamentar, voltando a comparar a situação do Pará com a realidade de outros estados que foram emancipados como Tocantins, Mato Grosso e Goiás.
"Amamos o Pará, não é isso que está em discussão, o que estamos discutindo é a qualidade de vida da população. É preciso analisar friamente, sem partir para o lado emocional. Este é o projeto mais rápido e eficiente pra se trazer mais recursos", disse.
Ele também destacou que a estabilidade de funcionários públicos, aposentados e alunos que estudam em instituições ligadas ao governo do Pará que, também nas áreas a serem desmembradas, terão seus direitos assegurados.
O quadro "Você já decidiu seu futuro?" encerra hoje com a entrevista do presidente da Frente Contra o Estado do Tapajós, deputado estadual Celso Sabino (PR).
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