Diante do desempenho fraco da economia, o governo anunciou na
segunda-feira, 21, um pacote de R$ 2,7 bilhões para estimular o consumo,
principalmente o de automóveis, e a aquisição de máquinas e
equipamentos. Como fez na crise de 2008 e 2009, o Planalto cortou
impostos, liberou mais dinheiro para empréstimos e reduziu juros. Ainda
assim, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que será difícil
crescer 4,5% este ano.
As medidas foram costuradas com os setores produtivo e financeiro,
num compromisso "inédito", segundo Mantega. Para reduzir o estoque das
montadoras, o governo zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) dos automóveis de até 1.000 cilindradas e arrancou das montadoras
um compromisso de reduzir a tabela em 2,5%. Com isso o preço final dos
populares vai cair perto de 10%. Para os modelos com motor de mil a 2
mil cilindradas, a expectativa é que o preço final sofra uma redução de
7%. - "Isso atende à demanda do setor", disse o presidente da Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino
Belini. "Os estoques estão altos e é preciso fazer girar a máquina da
indústria automobilística."
A redução vale até o fim de agosto e o governo estima que deixará de
arrecadar R$ 1,2 bilhão no período. As montadoras se comprometeram a não
demitir durante a vigência do acordo. Para os modelos importados,
continua valendo a alta de 30 pontos porcentuais no IPI.
Os bancos se comprometeram a reduzir a entrada e os juros, além de
alongar prazos nos financiamentos. Em troca, serão liberados R$ 18
bilhões que hoje as instituições têm de manter no Banco Central e não
recebem juro, disse o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes.
Na prática, o governo redirecionou ao setor de veículos o benefício
dado aos grandes bancos, que depositavam recursos em casas menores. "Eu
confio na indústria automotiva e na Anfavea, e também confio nos
bancos", disse Mantega, ao ser questionado sobre o compromisso.
Consumo. O pacote do governo incluiu ainda a redução
da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos
empréstimos para pessoas físicas de 2,5% para 1,5%. Com isso, a
arrecadação federal vai cair perto de R$ 900 milhões em um período de
três meses. Porém, esse corte não tem prazo para acabar. O BNDES também
vai reduzir o custo dos financiamentos de bens de capital.
Mais medidas estão a caminho. Mantega pediu à Caixa a simplificação
da linha de crédito que permite utilizar recursos do FGTS para a compra
de material de construção. Segundo o ministro, essa linha já é oferecida
hoje, mas há muitas exigências. Mantega deixou claro que outros setores
poderão ser beneficiados. "Se faltar crédito, vamos liberar mais." (Estadão)
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