A presidente Dilma Rousseff visitou, no final da tarde de ontem (18), o
cardeal Paulo Evaristo Arns. Foi um encontro rápido, reservado e,
sobretudo, simbólico. Dois dias após ter instalado a Comissão da
Verdade, o objetivo da chefe de Estado era homenagear o arcebispo
emérito de São Paulo por seu trabalho à frente da histórica pesquisa Brasil Nunca Mais.
Realizada entre 1979 e 1985, a pesquisa reuniu e organizou 707 processos do
Tribunal Superior Militar. O resultado, um extenso documento
sobre torturas e outras violações de direitos humanos ocorridas no
período do regime militar, é apontado por especialistas como precursor
da Comissão da Verdade.
O cardeal Arns pertence à Ordem dos Frades Menores, fundada por São
Francisco de Assis. Tem 90 anos e, com saúde debilitada,
vive praticamente recluso em uma residência mantida pelas irmãs
franciscanas na periferia de Taboão da Serra, região metropolitana de
São Paulo.
O encontro estava marcado para as 16h15, mas Dilma chegou com quase
uma hora de atraso. Os dois conversaram no andar térreo da casa das
irmãs, acompanhados pelo secretário geral da Presidência, o
ex-seminarista Gilberto Carvalho.
Passados pouco mais de 40 minutos, Dilma deixou a residência. Na
saída, desceu o vidro do automóvel e, sorridente, acenou para um pequeno
grupo de moradores do Parque Monte Alegre que a aguardava na rua.
D. Paulo se manteve no interior da casa. Segundo uma das irmãs que o
assistem, ficou cansado e se retirou logo para seus aposentos. O Planalto não divulgou detalhes da conversa. Em comentário não
oficial, um assessor da Presidência qualificou o encontro como
“histórico”. (Estadão)
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