Por Rodolfo Cerveira, servidor aposentado do BASA:
A preocupação do presidente da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia tem precedência, pois, como se sabe, desde o ano 2001 o Banco não era mais o operador único dos recursos oriundos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia – FDA, cuja função básica é a de oferecer respaldo financeiro aos projetos destinados ao incentivo do desenvolvimento da Região.
A preocupação do presidente da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia tem precedência, pois, como se sabe, desde o ano 2001 o Banco não era mais o operador único dos recursos oriundos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia – FDA, cuja função básica é a de oferecer respaldo financeiro aos projetos destinados ao incentivo do desenvolvimento da Região.
Naquela oportunidade, todavia, como foi dito,
o Banco do Nordeste manteve a sua exclusividade, como operador
solitário, por homogeneidade de sua força política e, em especial, pelo
engajamento dos seus representantes no Congresso Nacional. Ao contrário,
se deu aqui no Norte, nenhuma objeção à resolução punitiva. O Nordeste
sempre esteve atento e na vanguarda da defesa dos minguados recursos
que, de vez em quando, se oferecem às Regiões afastadas do centro
nevrálgico da economia brasileira, representado pelos Estados do
Sul/Sudeste. A Região Norte sempre se postou submissa aos rigores dessa
escolha, particularmente o Estado do Pará.
Se examinarmos com algum
apuro as credenciais dos nossos atuais representantes (?) no Congresso,
raramente encontraremos algum compromissado com os interesses da
Amazônia. De um modo geral tratam de seus problemas particulares e dos
grupos ou empresas aos quais representam ou pertencem. Daí é fácil
entender porque raras migalhas de verbas que ostentamos hoje – a custa
de batalhas incansáveis de escassos homens públicos – de instituições
como a SUDAM, o Banco da Amazônia, dotados de recursos estáveis, estejam
ameaçados de castração ou simples extinção. Às vezes a maldade se
fantasia de “mudanças estruturais”, capazes de inferir ganhos e saltos
de produção e produtividade (que eles chamam de “modernização
administrativa”), para consumir e arrastar a empresa ao ridículo, como
está procedendo a atual direção do Banco da Amazônia. Um exemplo
gritante desta apatia administrativa vê-se no setor dos caixas
eletrônicos, como aposentado sofro, juntamente com outros clientes, a
angústia de vê-los parados, e o que é pior, nos fins de semana (sábado e
domingo), não há ninguém para oferecer uma informação sequer. Os
correntistas do Banco quando prestam informação anual ao leão da Receita
Federal, não podem indicar a sua conta para fazer o débito automático,
porque o sistema do BASA é incompatível com o da Receita. Tem mais: as
principais empresas nacionais prestadoras de serviços, a EMBRATEL, por
exemplo, não tem convênio com o Banco. Há outros incontáveis casos
corriqueiros, porém importantes para mostrar a intenção determinada de
fragilizar a instituição. Lembro que o setor de computação (não sei se
seria este o termo correto) era operado por gente da casa, devidamente
treinado para o metier e o sistema funcionava a contendo. Hoje a área é
terceirizada e o desempenho é frustrante, só compatível com o último
nível de uma escala, de ótimo a péssimo. Como se pretende ser um Banco
múltiplo com todas essas deficiências? Como levar adiante o tal “Novo Modelo
de Negócios”, com um quadro de empregados depauperado e mal remunerado,
e somente com ínfimos pontos de captação (capilaridade) em todo o
extremo Norte, parece-me, só mínimas 74 agências? Em assim sendo, embora
não tenha exaurido todas as suas fraquezas e distorções, percebe-se que
estão preparando a instituição para o sacrifício final, com o
beneplácito dos amazônidas. É bom lembrar, que não é a primeira
investida do poder central neste sentido, já vimos outras intervenções, e
a mais astuciosa deu-se no início deste século, ai por volta do ano
2001, comandada pelos senhores Amaury Bier, Fernando Bezerra e Pedro
Parente que, sobre o pretexto de criar novos mecanismos bancários, no
dizer deles “ALTERNATIVAS PARA REORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA”, baseado num
estudo elaborado pela consultoria americana Booz Allen & Hamilton,
cujo objetivo, em síntese, era de transformar o Banco da Amazônia e do
Nordeste em simples Agências de Desenvolvimento, e repassar os recursos
do FNO e FNE para serem monitorados pelo BNDES.
As verbas do FNO sempre
foram alvo de cobiça, para serem aplicadas em outras modalidades que não
aquelas previstas na sua gênese, algumas “brechas”, por iniciativas
politiqueiras irracionais já foram abertas, mas isto é um assunto para
futura ocasião. O projeto foi devidamente repelido por intensa campanha
movida pela sociedade civil, encabeçada por AEBA, AABA, sindicatos e
outras entidades afins. Lembramos, por oportuno, que o atual Ministro da
Integração Nacional, Deputado Fernando Bezerra Coelho, era um dos
integrantes do triunvirato. Registre-se a denúncia apropriada da AEBA e
tratemos de nos mobilizar para rechaçar, mais uma vez ou de uma vez por
todas, preferencialmente, esta nova tentativa de colonizar a Amazônia. A
jornada deve iniciar com a destituição do Sr. Abdias da presidência do
Banco da Amazônia (lugar que nunca deveria ter ocupado) e com a
reconstituição de sua credibilidade.
Parece que o Rodolfo está caíndo na real.
ResponderExcluirQual a real? Sempre estive discutindo problemas amazônicos: nos bancos escolares, na atividade funcional e na sociedade civil organizada. Hoje, na condição de aposentado, ainda não pretendo me omitir.
Excluir