Os professores das universidades federais negaram o pedido do governo de
suspender a greve por 20 dias. A proposta foi feita em reunião na noite
de ontem, 12, no Ministério do Planejamento. Os docentes
continuarão parados pelo menos até o próximo dia 19, quando haverá nova
rodada de negociações com a alta cúpula da pasta.
No encontro, em Brasília, o governo sugeriu que a carreira
dos docentes tenha como base a dos servidores da área de ciência e
tecnologia e pediu a trégua para trabalhar no projeto. A reunião ocorreu
após 25 dias de uma paralisação que cresce a cada dia. O movimento
ganhou novo fôlego com a adesão dos professores das Federais do
Ceará e da Integração Luso-Afro-Brasileira. Já são 49 universidades
federais em greve, de um total de 59, três institutos e um centro de
ensino tecnológico.
A greve é vista como sem justificativa no Ministério da Educação
(MEC). A categoria recebeu aumento salarial de 4%. O ministro Aloizio
Mercadante argumenta que há prazo legal para que essa negociação seja
concluída, já que o orçamento de 2013, que irá custear as mudanças, só
será fechado em 31 de agosto.
Apesar disso, o governo está atento ao movimento. O Palácio do
Planalto teme que a greve dos professores se espalhe por todo o
funcionalismo público e abra uma crise em ano de eleições. A ministra
Miriam Belchior, que não participou do encontro de hoje, tem sido
criticada pela falta de habilidade nas negociações com os docentes e com
outra categoria que ameaçava cruzar os braços, os médicos. (Estadão)
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