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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Vale a pena ler: Se essas ruas fossem minhas, por Mary Zaidan


É incrível, inacreditável, mas o PT, antes de ser golpeado pela pesquisa Datafolha deste fim de semana, parecia estar conseguindo verter a seu favor a repulsa das ruas aos seus métodos e modos.

Como em um passe de mágica, a marquetagem oficial transformou as manifestações de milhões contra governos, políticos, os péssimos serviços públicos e a corrupção em um plebiscito que ninguém pediu e que só serve à presidente Dilma Rousseff e ao seu partido.

Com treinada desfaçatez, dizem que a consulta popular para a reforma política atende ao clamor das ruas – uma voz muda que só o Planalto ouviu.

O arcabouço para convencer as ruas que elas querem o que elas não pediram foi montado com tal requinte que até a pisada na bola da presidente, que se embananou ao lançar uma inconstitucional Constituinte exclusiva, pouco atrapalhou.

Na versão corrigida, Dilma, em sua extrema bondade, reservou ao eleitor o papel de protagonista. Ele poderá indicar o que prefere entre cinco questões que não frequentam os ônibus abarrotados ou as filas do SUS que o sacrificam no dia a dia. Isso no prazo recorde de dois meses. Uma maravilha da democracia moderna.

E ai de quem criticar.

Paralelamente, como as ruas não são mais suas, o PT decidiu atrair a juventude aliada para os gabinetes. Na quarta-feira, o ex Lula reuniu-se com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a União da Juventude Socialista, o Levante Popular da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude.

No dia seguinte, a mídia governista estampou: “Lula assume papel decisivo na organização das manifestações em todo o país” (Correio do Brasil). Nem o Pravda faria melhor.

Na sexta-feira foi a vez de Dilma recebê-las. Agregou ao grupo de Lula a Pastoral da Juventude, a Marcha das Vadias e as ex-combativas UNE e Ubes.

“Houve um consenso em torno da proposta de reforma política por meio de plebiscito”, disse a secretária nacional da Juventude Severine Macedo, como se esse fosse o eixo dos protestos que tomaram conta do País.

Como os blogueiros pagos deixaram Dilma e o PT na mão, o governo correu para anunciar uma plataforma virtual, apelidada de Observatório Participativo, a fim de marcar presença nas redes sociais.

Dificilmente conseguirá êxito também nessa rede, mas garantirá mais alguns empregos para a turma aliada.

Todos reconhecem – PT, Dilma e seu marqueiteiro também - que as manifestações passam longe de uma consulta popular sobre reforma política.

A voz das ruas exige transporte público de qualidade, saúde e educação no padrão Fifa. Reivindica o fora Renan Calheiros, cadeia para os mensaleiros. Quer a Papuda para calar corruptos. E o PT sabe disso. Por isso mesmo prefere enganá-la.

(*) Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília.

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