De Cristovam Sena, engenheiro florestal e historiador, sobre o Golpe de 1964, no blog do Jeso Carneiro:
"Convidado a participar de debates sobre os 50 anos do Golpe Militar, vem sempre a pergunta do porquê dos santarenos que viveram aquela época sentirem saudades dos militares. Respondo que vivendo sem internet e televisão, colhendo as poucas informações através das ondas do rádio, o grosso da população não se interessava pelo o que acontecia em Brasília e no eixo Rio/São Paulo. Por não terem presenciado perseguições nem torturas, não saberem o que acontecia nos porões do DOI CODI (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) órgão repressor criado pelo Regime Militar, o regime de esceção foi assimilado pelos menos esclarecidos, a esmagadora maioria, somente pelas grandes obras (hidrelétrica de Curuá-Una, cais do porto, cais de arrimo, Santarém/Cuiabá, aeroporto, Hotel Tropical, galerias de esgoto…) que chegaram sem ninguém esperar e de um só vez a Santarém, dando à população a sensação de que agora sim o desenvolvimento estava chegando e veio para ficar. Com as grandes obras em andamento, a cidade vivia o pleno emprego, não tinha motivos para protestar, para não defender os militares".
"Convidado a participar de debates sobre os 50 anos do Golpe Militar, vem sempre a pergunta do porquê dos santarenos que viveram aquela época sentirem saudades dos militares. Respondo que vivendo sem internet e televisão, colhendo as poucas informações através das ondas do rádio, o grosso da população não se interessava pelo o que acontecia em Brasília e no eixo Rio/São Paulo. Por não terem presenciado perseguições nem torturas, não saberem o que acontecia nos porões do DOI CODI (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) órgão repressor criado pelo Regime Militar, o regime de esceção foi assimilado pelos menos esclarecidos, a esmagadora maioria, somente pelas grandes obras (hidrelétrica de Curuá-Una, cais do porto, cais de arrimo, Santarém/Cuiabá, aeroporto, Hotel Tropical, galerias de esgoto…) que chegaram sem ninguém esperar e de um só vez a Santarém, dando à população a sensação de que agora sim o desenvolvimento estava chegando e veio para ficar. Com as grandes obras em andamento, a cidade vivia o pleno emprego, não tinha motivos para protestar, para não defender os militares".
Mais aqui >Santarém e o Golpe de 1964
“O
eleitor não pode continuar como tutelado. A escolha dos
representantes se faz considerando o exercício de um direito; o direito
de escolher seus representantes. Eu penso que nós vamos chegar ao dia em
que deliberaremos a respeito do voto obrigatório, afastando-o”.
(Ministro Marco Aurélio, presidente do TSE, que é a favor do voto facultativo)
O fato dos santarenos não acompanharem o que acontecia no regime de "esceção", não justifica que deveriam ser favoráveis à ditadura. Essa opção foi mais por desconhecimento, vamos ser corretos e honestos.
ResponderExcluirQuanto à opinião do Min. Marco Aurélio, sou favorável, como sou também à desobrigação do alistamento militar para "servir" à Pátria, porque pode-se servir mais e melhor em outras condições não compulsórias (e por favor, que ninguém diga, como está na moda agora, que sou "comunista").