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De acordo com a Polícia Federal, Beto Jatene prestou depoimento ao superintendente da PF no Pará, delegado Ualame Machado, e em seguida foi levado ao Instituto Médico Legal para exame de corpo. O filho do governador ficará preso no comando do Corpo dos Bombeiros, no bairro de Val de Cans, por quatro dias. A assessoria da PF informou que após o período, o juiz do caso vai decidir se prorroga ou não a prisão temporária de Jatene e se ela vira preventiva. O governo do Estado do Pará divulgou nota oficial reforçando que a investigação que atinge o filho do governador não tem relação ou cita órgãos do poder Executivo estadual. 'Na condição de pai de Alberto Jatene, o governador Simão Jatene informa que ainda não teve acesso ao conteúdo da acusação, mas espera que tudo seja devidamente investigado e esclarecido corretamente o mais breve possível, na certeza de que Alberto irá prestar os esclarecimentos necessários para a Justiça', diz o texto da nota.
Pela manhã policiais federais estiveram na casa de Beto no bairro do Umarizal em Belém para cumprir o mandado de prisão temporária e de busca e apreensão de documentos. O filho do governador não foi encontrado no local e os agentes cumpriram apenas a busca e apreensão. O advogado de Beto, Roberto Lauria, chegou a informar à polícia que seu cliente se entregaria às 14h, o que só aconteceu no fim da tarde desta sexta.
Ao todo a PF cumpriu no Pará oito mandados de condução coercitiva, dois de prisão temporária - incluindo Beto Jatene e um funcionário da Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), 13 de busca e apreensão - sendo três nas sedes das prefeituras de Oriximiná, Canaã dos Carajás e Parauapebas. A Polícia Federal informou que há um mandado de prisão temporária para o prefeito eleito de Parauapebas, Darci Lermen (PMDB).
Esquema envolve royalties de mineração
A operação 'Timóteo' desarticulou um grupo que fraudava os valores de royalties de mineração devidos por mineradoras a municípios e muitas empresas estariam sendo prejudicadas. O caso envolve cobranças judiciais de 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que tem como destino os municípios. A Justiça também determinou que os municípios não façam qualquer contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação. Ainda segundo informações da PF, um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) com informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e de uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.
A operação, batizada de Timóteo, começou em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União (CGU) enviou à PF uma sindicância indicando incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM, que, sozinho, pode ter recebido mais de R$ 7 milhões.
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