Duplo twist carpado - A decisão da Segunda Turma do STF que
tirou das mãos de Sergio Moro os trechos da delação da Odebrecht que
citam Lula tem implicações para o futuro do ex-presidente no curto e no
médio prazo. Para integrantes da corte, o entendimento da maioria dos
ministros abre larga avenida não só para que duas ações penais a que o
petista responde perante o juiz de Curitiba migrem para a Justiça de SP,
como também tira a apreciação de eventuais recursos nesses casos da
alçada do TRF-4.
Passo seguinte - Ministros do Supremo que não atuam na Segunda Turma avaliam que a declaração de incompetência de Moro
nas ações sobre o sítio de Atibaia e a compra de um terreno para o
instituto Lula não é automática, mas agora certamente será discutida.
Passo seguinte 2 - A Justiça paulista terá que abrir inquérito para apurar as menções a Lula na delação da Odebrecht, e
a defesa do petista está pronta para argumentar que a lei veda que
alguém responda por um mesmo fato em dois juízos. Está aí o caminho das
pedras para tirar o ex-presidente das mãos de Moro.
Me dê motivos - Em outra frente, a decisão da Segunda Turma do Supremo fortalece a alegação usada pela defesa de Lula em recursos apresentados contra o processo do tríplex, que levou o petista à prisão.
Ajudinha - Nos recursos a cortes superiores, os
advogados do ex-presidente argumentam que o próprio Moro reconheceu que
não havia vínculo direto entre o dinheiro gasto pela OAS na reforma do
imóvel e contratos da Petrobras.
Pode, Arnaldo? - Juristas estranharam a guinada da
Segunda Turma, que havia negado por unanimidade pedido semelhante da
defesa de Lula. Um observador do funcionamento da Justiça ironizou: “Gol
de mão, em impedimento e após o tempo regulamentar”.
(Fonte: Painel da Folha de SP)
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