"Guedes é quem decide a economia no Brasil', diz Bolsonaro.
O presidente Jair Bolsonaro realizou reunião na manhã desta segunda-feira (27) com os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e da Agricultura, Tereza Cristina. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participou do encontro.
Na saída da reunião, que ocorreu no Palácio da Alvorada, Bolsonaro declarou que Guedes "é quem decide a economia no Brasil".
O presidente passou a palavra a Guedes, que falou sobre as ações para conter a crise da COVID-19 e o papel de Walter Braga Neto, ministro-chefe da Casa Civil, no plano Pró-Brasil.
O presidente deixou claro desde o início que nós iríamos preservar vidas e empregos, então estamos desde o começo desta crise lançando uma camada de proteção para os frágeis. Fizemos um ajuste na nossa política e passamos de reformas estruturantes para medidas emergenciais", explicou Guedes.
"Então todo o nosso foco nos últimos 30 a 40 dias foi lançar essa camada de proteção. Agora, naturalmente, o presidente já está olhando para o futuro, então Braga Netto é o coordenador das ações para integrar nos diversos ministérios", acrescentou.
Guedes ainda comentou a retomada econômica pós-pandemia e garantiu que o Brasil "vai voltar à tranquilidade muito antes do que se espera". "O mundo inteiro está gastando mais por causa da crise, então nós também temos que gastar mais, só que é um ano excepcional", avaliou. "Mas ano que vem estaremos crescendo com os investimentos em saneamento, petróleo e gás, então nós seguimos firmes no nosso compromisso e vamos surpreender o mundo de novo", completou.
O ministro da Economia ainda afirmou que "o Congresso é reformista, aprova a pauta do presidente". "Pretendemos lançar outra camada de proteção para a saúde e para os brasileiros, mas precisamos também que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer o sacrifício pelo Brasil. Eles vão colaborar e ficar sem pedir aumento por um ano e meio", disse sobre projeto em andamento do Legislativo.
Guedes ainda considerou que o auxílio emergencial "lançou uma enorme camada de proteção para os 50 milhões de brasileiros invisíveis, que nunca pediram nada", mas ponderou que o governo tem "sua visão para o futuro". "Os recursos estão aqui dentro e vamos fazer as reformas", destacou. "Agora isso vai ser feito dentro dos nosso programas de recuperação de estabilidade fiscal. Nós não queremos virar a Argentina ou a Venezuela. Nós estamos em outro caminho, da prosperidade e não do desespero".
Tereza Cristina, por sua vez, declarou que a safrinha deve bater recorde e ressaltou que o abastecimento não foi afetado pela crise e que as exportações brasileiras irão bater recorde neste mês. "O agro alimentando seu povo e ainda com excedente para ajudar na balança comercial e nos países exportadores, que precisam de alimento neste momento", afirmou.
Já o ministro da Infraestrutura disse que o Brasil seguirá firme com o programa de concessões e deve começar a publicar os primeiros editais. "Ele continua andando e já no segundo semestre vamos ter leilões para a gente chegar nos R$ 250 bilhões de investimentos privados, com venda e concessão de ativos, que é a nossa meta", informou ele.
Campos Neto, do BC, ressaltou que é preciso reconhecer que a crise "é um problema muito grande e que parte da solução vai sair do governo, mas que é importante manter a disciplina fiscal". "É ela que vai nos em curso e nos permitir com que o país consiga viver com juros baixos e inflação controlada", declarou.